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Autárquicas em Campo Maior (1976-2009) - Análise de resultados

Foi em 1976 que se realizaram as primeiras Eleições para as Autarquias Locais, depois da revolução de Abril. Os eleitores vão ser chamados, no próximo dia 29 de Setembro, pela 11ª vez desde o 25 de Abril de 1974, a eleger o Presidente da Câmara Municipal do seu concelho. No mesmo ato eleitoral são também eleitos os Presidentes das Juntas e Assembleias de Freguesia e da Assembleia Municipal.
O objetivo deste trabalho, que tem por base os dados recolhidos na Comissão Nacional de Eleições, é dar a conhecer a evolução, as escolhas e as tendências do eleitorado campomaiorense ao longo dos vários atos eleitorais, desde 1976. Iniciamos hoje a publicação da análise efetuada aos resultados registados em Campo Maior, centrados na eleição do Presidente da Câmara.

Infografia: Joaquim Folgado. Dados da CNE
Numa primeira análise dos dados destaca-se o fato de o PS - Partido Socialista ter sido sempre o vencedor das eleições autárquicas em Campo Maior. Verifica-se também que apenas nas eleições de 1989, o PS não conseguiu a maioria absoluta na Câmara Municipal.
Da leitura dos gráficos aqui publicados em baixo, no período compreendido entre 1989 e 2001, salienta-se a quebra acentuada de votos do PS que volta a recuperar em 2005 e 2009. Nesse mesmo período, em termos percentuais, o PS manteve-se praticamente estabilizado até às últimas eleições. Esta situação deve-se ao fato de a abstenção, nesse espaço de tempo (1989-2001), registar uma acentuada subida, de cerca de 12%.
Com a abstenção abaixar cerca de 13% em 2005 e 2009, nesse período verifica-se uma acentuada subida de votos do PS. Nesses mesmos anos, com o surgimento de Movimentos Independentes (que resultaram de cisões internas no Partido Socialista),o MICM e ANTCM, regista-se uma bipolarização do eleitorado, centrado no PS e nesses Movimentos Independentes.
Simultaneamente regista-se uma quebra acentuada da CDU e do PSD que, nesse período (2005-2009), registam mínimos de votação históricos, quer em número de votos quer em termos percentuais. De registar também o fato de nas próximas eleições se apresentarem a sufrágio cinco forças partidárias (BE, PS, CDU, MPT e PSD), tal como aconteceu no ano de 1997. Como estreantes surgem o Bloco de Esquerda e o MPT, este último que serve de base para a candidatura de João Burrica que, nas eleições anteriores encabeçou o Movimento ANTCM.
Quanto aos candidatos, já todos são conhecidos: BE - Joaquim José Garcia; PS - Ricardo Pinheiro; CDU - António João Gonçalves; MPT - João Burrica; PSD - Arnaldo Trindade.
Os dados estão lançados e antevê-se um ato eleitoral bastante participado. Já falta pouco para a campanha, para podermos aferir da força e empenhamento das várias máquinas partidárias. As iniciativas dos partidos vão surgindo a conta-gotas neste período de pré-campanha, os programas eleitorais ainda não são conhecidos em pormenor, pelo que é difícil fazer qualquer tipo de prognósticos. É voz corrente em Campo Maior que já existem algumas sondagens que apontam o Partido Socialista como vencedor. Não temos qualquer conhecimento nem confirmação dessas sondagens. Vamos aguardar e ver se o PS continua a ser o eterno vencedor, ou se pelo contrário, as restantes forças políticas conseguem recuperar de maus resultados anteriores e conseguem quebrar a hegemonia socialista. Afinal de contas o povo é que vota, e o povo é soberano.
Com o intuito de uma leitura mais fácil, nos gráficos aqui publicados surgem as denominações de partidos ou coligações como CDU e de PSD, no entanto estas forças políticas, nalguns atos eleitorais surgiram com as designações de FEPU, APU, no caso da CDU, e como AD ou coligação PSD/CDS-PP e PSD/CDS-PP/PPM, no caso do PSD.

No que respeita ao número de eleitores inscritos e ao número de votos expressos em cada eleição, o gráfico mostra que se tem registado um aumento gradual de eleitores inscritos, apenas com uma ligeira variação negativa nos anos de 2001 e 2005. A mesma tendência se verifica no número de votantes, com uma variação negativa em 2001, o ano em que se registou a maior abstenção de sempre neste tipo de eleições, cifrando-se nos 36,30%. Vamos ver se a tendência se mantém nas próximas eleições.





Analisando a abstenção nas eleições autárquicas em Campo Maior, o gráfico mostra uma evolução curiosa. Do primeiro para o segundo ato eleitoral (1976 e 1979) regista-se uma baixa da abstenção em 5,67%, o que poderá ser explicado com o fato de se estar a iniciar o período democrático em Portugal, e as pessoas terem mais interesse e empenho em exercer o seu direito de voto.
A partir daí, até 2001, a abstenção registou uma gradual e acentuada subida, passando dos 15,27% (1979) para 36,30% (2001), mais do que duplicando a percentagem. No entanto, nas eleições de 2005 e 2009, baixou cerca de 13% em relação ao ano de 2001. Esta descida pode ser explicada pelo fato de se ter verificado uma bipolarização entre o PS e os Movimentos Independentes que se apresentaram a sufrágio, devido a cisões no seio do PS. Houve mais empenho e mais apelo ao voto por parte dos candidatos e dos partidos envolvidos. Entretanto da análise dos números da abstenção, verifica-se que a média nos 10 atos eleitorais se cifra nos 24,43%, um valor aproximado dos registados nos duas últimas eleições autárquicas. O fato de haver cinco forças políticas a concorrer nestas eleições leva a crer que a percentagem da abstenção não irá variar muito em relação à registada em 2009.

Em próximas publicações iremos, da mesma forma, analisar os resultados das Eleições para a Assembleia Municipal e para as Assembleias de Freguesia.

Os dados que serviram de base para este trabalho de análise foram recolhidos junto do site da CNE-Comissão Nacional de Eleições, em www.cne.pt

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